A varejista Poupafarma estuda pedir recuperação judicial nas próximas semanas. Segundo informações divulgadas na segunda (6), a empresa enfrenta uma crise financeira e, no ano passado, teve um prejuízo de R$ 117 milhões.
De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, a empresa pediu à Justiça uma tutela antecipada preparatória de processo recuperacional em 21 de fevereiro. O caso é analisado na 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos de Arbitragem de São Paulo.
O grupo Investfarma, controlador da Poupafarma, também é um dos requerentes da ação. Segundo uma fonte da reportagem, a crise envolve uma operação com cerca de 80 lojas e R$ 680 milhões em faturamento anual.
Nos documentos enviados à Justiça, a empresa revelou o prejuízo financeiro, disse que houve dificuldades na obtenção de linhas de créditos no mercado e que também sentiu o efeito na alavancagem da alta na taxa de juros. Além disso, com a atual crise no setor varejista, a percepção de risco no setor foi elevada.
O pedido de tutela antecipada, quando nenhuma cobrança ou constrição pode ser realizada, foi concedido pela Justiça no final de fevereiro.
Ao Valor Econômico, o grupo informou que, junto com o auxílio de assessores, está buscando “estabelecer um processo colaborativo de recuperação e, por isso, não acelerou a via judicial antes de criar uma agenda compartilhada de alinhamentos”.
Varejo em crise
Com as altas taxas de juros e a explosão da crise na Americanas (AMER3), o setor varejista encontra-se em crise. Além da empresa de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, negócios como a Marisa (AMAR3) e a Tok&Stok também passam por momentos difíceis. Assim, os bancos encontram-se mais receosos para conceder créditos a essas empresas
No caso do setor das farmácias, onde a Poupafarma está inserida, a mudança de comportamento causada pela pandemia da Covid-19 afetou as operações, mas de forma temporária. Na visão dos especialistas do mercado, empresas do setor foram impactadas por falhas de gestão que, somadas ao cenário macroeconômico desafiador, pressionam o andamento dos negócios.
Fonte: Suno