Light (LIGT3) descarta recuperação judicial e devolução da concessão

“A prioridade é manter a normalidade da concessão. A companhia, apesar dos problemas, ainda tem fluxo operacional positivo”, disse o CEO em teleconferência

A aguardada teleconferência de apresentação dos resultados de 2022 da Light (LIGT3) mostrou a empresa interessada em renovar o contrato de concessão o quanto antes para buscar o reequilíbrio financeiro.

“A Light é uma companhia que funciona muito bem. A Light está adimplente com todas as suas obrigações operacionais e setoriais, e de metas de qualidade. Na nossa visão, ela deve buscar a readequação e estrutura de capital que não envolva qualquer tipo de ação judicial. É muito cedo para qualquer tipo de pedido judicial, neste momento”, disse a analistas de mercado Octavio Lopes, CEO da companhia de energia do Rio de Janeiro.

“A prioridade é manter a normalidade da concessão. A companhia, apesar dos problemas, ainda tem fluxo operacional positivo”, comentou, acrescentando que mantém a premissa de fazer o capex necessário para continuar operando.

“A devolução da concessão é pouco provável. Processo de devolução de concessão de distribuição e energia nunca ocorreu no Brasil. É um processo extremamente complexo. Não existe solução melhor do que nãos seja contrato de concessão renovado com bases sustentáveis”, disse o atual CEO da Light.

Inadimplência e furto de energia

Octavio Lopes abriu a teleconferência dizendo que a empresa tem enorme desafio pela frente.

“A distribuidora convive há anos com dificuldades estruturais históricas por conta das particularidades de sua área de concessão. Estamos falando de uma concessão que temos uma amplitude de área com severas restrições operacionais, que é única no país. É inquestionável que o combate ao furto de energia e a inadimplência não é viável nessas áreas que tem restrições operacionais”, afirmou.

Por conta disso, segundo ele, o tratamento regulatório e tarifário não permite uma remuneração adequada para a companhia, mesmo após os efeitos da revisão feita do ano passado.

Juros altos pioraram o quadro

“Nos últimos dois anos, o desequilíbrio histórico foi exacerbado pelo contexto macro econômico. Ao mesmo tempo em que a Light acelerava seus investimentos, vemos a persistente deterioração do mercado faturado de baixa tensão da companhia”, explicou Octavio Lopes.

Fonte: InfoMoney

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