A Americanas propõe aumento de 9,6% na remuneração aos integrantes do seu Conselho de Administração para 2023. De acordo com material divulgado pela varejista para a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE), o previsão de pagamento aos sete integrantes do colegiado é de R$ 5 milhões até dezembro deste ano. O valor é maior que os R$ 4,560 milhões pagos em 2022.
No caso do conselho fiscal, houve aumento na remuneração prevista para 2023, mas o total de integrantes passou de três para quatro. Assim, a remuneração total em 2022, de R$ 581,640 mil, subiu para uma expectativa de remuneração total de R$ 1,450 milhão a ser paga neste ano.
Já no caso da diretoria estatutária houve aumento de quatro para sete integrantes entre 2022 e 2023. Mas, em movimento contrário aos integrantes dos conselhos, a companhia redução na remuneração. Assim, o valor caiu de R$ 49,612 milhões, pagos em 2022, para R$ 35 milhões previstos neste ano.
Se somar toda a remuneração entre diretores e conselheiros, houve queda de R$ 54,753 milhões em 2022 para R$ 41,450 milhões previstos para 2023.
No material divulgado pela empresa, “a remuneração da companhia tem por objetivo a atração, motivação e retenção dos profissionais e retribuição pelos serviços prestados pela administração”. A assembleia foi convocada para o dia 29 de abril.
Segundo o material, a varejista também listou os candidatos ao Conselho de Administração.
Os candidatos ao Conselho de Administração das Americanas:
- Carlos Alberto da Veiga Sicupira
- Paulo Alberto Lemann
- Claudio Moniz Barreto Garcia
- Mauro Muratório Not
- Sidney Victor da Costa Breyer
- Eduardo Saggioro Garcia
- Vanessa Claro Lopes
- Frederico Derzie Luz
- Luiz Eduardo Osorio
- Renata Foz
- Eduardo Seixas
Com dívidas superiores a R$ 40 bilhões, a Americanas está em processo de recuperação judicial desde a descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões, em janeiro. No último dia sete de março, a varejista confirmou em comunicado que apresentou nova proposta aos credores no valor de R$ 10 bilhões (considerando o financiamento de R$ 2 bilhões já anunciado).
Esse aporte será feito pelos acionistas de referência da varejista: Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann. Eles são os sócios da 3G Capital e estão entre os homens mais ricos do Brasil. O plano inclui ainda a venda de ativos , como o jato da companhia e marcas como Hortifruti.
Avião será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo
Desde que a crise financeira da varejista veio a público, os principais bancos do país vêm abrindo guerra contra a companhia na Justiça de São Paulo, Rio de Janeiro e até em Brasília, com litígios no Superior Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Bradesco, Santander, BTG, Safra e Itaú, por exemplo, vêm questionando o processo de recuperação judicial da companhia, pedindo busca e apreensão de documentos para gerar provas de forma antecipada, pedindo o bloqueio dos integrantes dos conselhos da varejista e criticando o acordo feito com credores trabalhistas e fornecedores.