Em recuperação judicial, grupo Petrópolis, dono da Itaipava, mira novos negócios

Em entrevista à Bloomberg Línea, CFO Marcelo de Sá diz que principais ativos não serão vendidos e aponta planos para os segmentos de não alcóolicos e ready to drinks

O mercado brasileiro de cervejas, liderado pela Ambev (ABEV3), foi sacudido neste mês pela recuperação judicial do Grupo Petrópolis. A empresa dona de marcas como Itaipava e Petra acumula dívida total de R$ 5,4 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões com bancos e R$ 2,2 bilhões com fornecedores e terceiros, que se relacionam com uma crise de liquidez nos últimos 18 meses.

Os maiores credores da empresa são o Fundo Siena, o LBBW Landesbank e o Santander (SANB11). A empresa tem 60 dias a partir da data do pedido de recuperação judicial para apresentar a primeira versão do seu plano de reestruturação. Em tese, portanto, até 26 de maio o plano será apresentado.

Em entrevista à Bloomberg Línea, o CFO do Grupo Petrópolis, Marcelo de Sá, contou sobre o andamento das negociações com os credores.

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“As negociações estão avançando com o conjunto de credores e dentro do curso normal de uma recuperação judicial. A companhia conta com a colaboração dos credores para que o plano seja aprovado na assembleia geral”, disse o executivo.

Analistas do setor apontam, em relatórios, que a Ambev deverá capturar market share – participação de mercado – com o momento negativo da concorrente.

Sá informou que, no mês passado, o market share da companhia foi de 11,6%, abaixo da participação de mercado de 15,3% registrada pela empresa em 2020, citando dado apurado pela Nielsen.

“Não foram realizadas demissões nem fechamentos de fábricas por causa da recuperação judicial”, afirmou o CFO.

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O executivo contou que há planos de novas frentes de negócios, como investimento em “não alcóolicos” e no segmento conhecido como ready to drink (bebidas em lata prontas para o consumo).

“A empresa seguirá focada nas marcas mainstream e nas grandes oportunidades que tem no mercado premium”, disse o CFO.

O executivo descartou o plano de venda de ativos e sustentou que, com a reorganização das finanças no período da recuperação judicial, o grupo pretende recuperar as vendas.

“A princípio não temos a intenção de vender nenhum negócio ou marca do Grupo Petrópolis. Mas ao longo do processo ajustes pontuais podem ser realizados, como a venda de ativos não estratégicos.”

Fonte: Bloomberg Línea

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