O presidente do Paraná Clube, Rubens Ferreira, esclareceu dúvidas sobre a Recuperação Judicial e a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube.
Desde o início de 2022, o Tricolor tem a transformação para clube-empresa aprovada e, de acordo com Rubão, só depende do pagamento de uma taxa na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – e, claro, de um investidor – para que seja oficialmente gerenciado como uma SAF.
“A SAF foi o primeiro passo para que se pudesse pedir uma recuperação judicial. Só falta o último ponto da SAF, que é pagar uma taxa na CBF. Não falarei o valor. A partir do momento que eu pague essa taxa, estou apto a fazer qualquer operação. E a gente tem deixado claro que os recursos que eu tenho dentro do clube têm que ser muito bem utilizados. Por isso, prefiro pagar comissão técnica, atletas, funcionários ou até fornecedores para que, a partir do momento que a gente tiver uma negociação, e isso estará dentro da negociação que este custo será absorvido”, afirmou em entrevista coletiva na última sexta-feira (28).
Rubão revela grupos interessados por SAF do Paraná
No mês passado, a notícia de que um grupo local, com ligação com o apresentador e empresário Ratinho, estaria interessado em adquirir a SAF Tricolor foi divulgada na rádio Jovem Pan News Curitiba. Rubão garante que não existe nenhum acordo. No entanto, revelou que há nove outros grupos interessados já com termos assinados para início de negociação, assim que o clube resolver todas as pendências jurídicas.
“Falando das propostas, nós temos nove termos de confidencialidade, o famosos NDA, assinados de interessados, mas todos eles aguardam a parte da definição da recuperação judicial. Isso ocorrendo vai ficar mais fácil para esses grupos terem a dívida consolidada. E esse grupo que saiu na mídia [Ratinho], eu até disse ao jornalista, oficialmente não existe nada. Mas a gente já sabe, algumas outras pessoas chegaram até a nós, na semana posterior, dizendo que há o interesse, sim, mas não sei porque vazaram”, declarou.
“Todos os outros grupos estão esperando a definição da recuperação judicial e não temos nem o NDA assinado com o este grupo local. Junto com a parte jurídica do clube, contabilidade, fiscal, nós temos uma empresa de consultoria contratada que, como tudo dentro do Paraná, ela está fazendo análise de todas essas propostas. Então, eu dependo da RJ para aprovar a SAF. E dependo da SAF para aprovar a RJ”, acrescentou Rubão.
Recuperação Judicial do Paraná em andamento
A SAF anda junto com a Recuperação Judicial. Desde julho de 2022, quando teve seu processo de RJ aprovado na Justiça, o Paraná Clube tenta um plano para sanar suas dívidas. Em 12 de abril, a primeira Assembleia Geral de Credores foi realizada, mas a reunião foi adiada por 60 dias para que o clube melhore as propostas.
“Estamos trabalhando para que ela seja aprovada. Mas a aprovação da Recuperação Judicial não depende exclusivamente do clube. Estamos fazendo novas adequações. Temos que trabalhar na RJ trabalhista e cível, e na transação tributária. Vou estar em Brasília nos próximos dias. Temos alguns contatos dentro do Governo Federal, junto ao Banco Central. Porque não adianta termos apenas um plano aqui, temos que ir lá e pavimentar. Vamos fazer esses contatos. Se no passado o Paraná tivesse tomado essas ações, talvez hoje as discussões seriam diferentes”, afirmou o presidente.
Uma das alternativas apresentadas pelos advogados do Paraná é utilizar a sede da Kennedy como garantia, para comprovar que clube tem condições de cumprir os pagamentos aos credores.
No entanto, o Tricolor precisa conseguir junto ao poder público que o imóvel possa ser vendido, já que ele possui cláusula de inalienabilidade pois foi objeto de doação da Prefeitura de Curitiba ao Água Verde, um dos clubes que deram origem ao Paraná Clube. No ano passado, a Kennedy chegou a ir a leilão, mas não houve interessados
Fonte: Um Dois Esportes