Ex-goleiro, Moraes tem experiência no projeto desenvolvido pela Treecorp e encara o primeiro desafio no futebol brasileiro
Artur Moares ainda não foi oficializado, mas já atua como executivo de futebol no dia a dia do Coritiba. Ele será o principal nome do departamento Alviverde após a aprovação da venda da SAF do clube à Treecorp Investimentos.
Mesmo com a chegada recente, Moraes tem tomado importantes decisões à frente do Coxa. O afastamento de Alef Manga e Jesús Trindade passou por ele, por exemplo.
Nesta semana, ele realizou uma reunião com torcedores e apresentou como o trabalho será gerido daqui em frente. Em jogos, o executivo já tem sido figura presente com a delegação.
A oficialização por parte do clube e da SAF depende, claro, da aprovação dos conselheiros, sócios e da juíza da Recuperação Judicial (RJ) para a conclusão da venda. A data da assembleia geral está marcada para 31 de maio.
Moraes estará abaixo de Carlos Amodeo – diretor-presidente vindo da SAF – e com a missão de comandar o futebol do clube. Antes, o cargo era ocupado por Lucas Drubsckye com participações de membros do G-5. Agora, nenhum membro da diretoria eleita poderá interferir em qualquer decisão.
Ex-goleiro, cursos fora do Brasil e experiência com o modelo de SAF
Aos 42 anos, Artur Moraes teve uma carreira vitoriosa dentro de campo. Cria da base do Paulista, o ex-goleiro despertou a atenção do Cruzeiro. Pela Raposa, conquistou um brasileiro, uma Copa do Brasil e três estaduais, mas só atuou com regularidade na temporada 2004.
Na sequência, passou pelo Coritiba e atuou em 33 partidas. A partir daí, Moraes iniciou uma carreira fora do país. Ele passou pela Itália, onde defendeu o Cesena e a Roma. Depois, foi ao Braga, de Portugal, e chegou ao Benfica.
Chamado de ‘Rei Artur‘, o goleiro conquistou a idolatria do torcedor benfiquista. Ao todo, foram quatro temporadas, com dois títulos da Liga Portuguesa e duas Taças de Portugal.
Em 2014, ele deixou as águias para jogar na Turquia. Na sequência, teve uma passagem pela Chapecoense antes de encerrar a carreia no Aves, em 2018.
Logo depois de pendurar as chuteiras, em 20 dias, Moraes recebeu um convite para o primeiro papel longe dos campos. Amigo da família Vicintin, de Belo Horizonte, ele foi consultado sobre o interesse deles em adquirir um clube.
O executivo participou de todo processo de captação e escolha de um time em Portugal. O FC Alverca, de Alverca, próximo de Lisboa, foi a instituição escolhida para a transformação em SAD – Sociedade Anônima Desportiva, conforme é conhecida no país.
O dirigente ocupou o cargo de vice-presidente e foi responsável por todo o processo de gestão, cargo parecido com o ocupado com Carlos Amodeo no Coritiba. Ele cuidava desde o processo burocrático até o departamento de futebol.
Alverca era uma equipe amadora e foi profissionalizada para disputar a terceira divisão. Moraes ficou cerca de três anos no FC Alverca e anunciou a sua saída, em comum acordo, após o clube estar estruturado para desempenhar profissionalmente.
O Executivo de Futebol aproveitou o tempo fora para realizar cursos. Um deles foi o programa MIP (Executive Master for International Players, da UEFA. Um processo seletivo feito entre ex-jogadores que procuram se aperfeiçoar para dar o próximo passo para atuar fora das quatro linhas.
Em sua turma, Kaká, Júlio César, Kolo Touré, entre outros, foram graduados pela confederação, que promove vários encontros entre os formandos para a discussão da evolução do esporte. No currículo, ele também cursos pela Federação Portuguesa de Futebol na área de gestão.
Desafios no Coritiba
Assim que oficializado, a SAF assume toda operação do Coritiba. A diretoria eleita em 2019, pela chapa Coritiba ideal, terá o papel de fiscalizar a administração dos novos proprietários, por meio da governança, além de ter poder de veto sobre questões de tradição.
Pela frente, o novo CEO terá grandes desafios. Com o Brasileirão no calendário, o Coritiba não vence há 12 jogos e é o vice-lanterna da competição.
Em um primeiro momento, reforços não devem chegar. Já que a janela do futebol brasileiro só abre no dia três de julho.
Fora do campo, a tendência é de que mudanças estruturais sejam feitas neste processo de transição da SAF.
Fonte: Globo Esporte