Americanas: De Oi a Ricardo Electro, 11 exemplos de empresas que passaram por recuperação judicial

No dia 19 de janeiro, a justiça aceitou o pedido de recuperação judicial na Americanas (AMER3). A varejista alegou ter uma dívida de R$ 41 bilhões com cerca de 8 mil credores. A empresa também entrou com processo semelhante nos Estados Unidos no último dia 25.

Levantamento da Associação Brasileira de Jurimetria, com base em processos judiciais do estado de São Paulo, aponta que 51% das empresas segue com as atividades depois de passar pela recuperação judicial.

Especialistas ouvidos pelo Money Times acreditam que apesar de difícil são boas as chances da empresa conseguir se recuperar e seguir depois da recuperação judicial.

Oi (OIBR3)

Chegou ao fim em dezembro do ano passo o processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3) depois de seis anos de duração. Em 2016, a telecom entrou com o pedido na justiça alegando uma dívida de R$ 65 milhões com 55 mil credores. O processo sofreu uma série de atrasos e foi encerrado com um plano que previa a venda de diversos ativos e prorrogação de prazos de pagamento.

Houve também uma série de leilões de ativos como a Oi Móvel, divisão de telefonia celular, com mais de 47 milhões de clientes, vendida por R$ 16,5bi, a rede de fibra óptica, por R$ 12,9bi e as torres de telefonia fixa por R$ 1,7bi. Um acordo com a Advocacia-Geral da União também permitiu reduzir em 50% a dívida de R$ 14,3bi com a Anatel por multas. O restante da multa foi parcelado em 84 meses, sendo a única pendência restante do processo.

OGX

Em junho de 2014, um ano após o início do processo de produção, a petroleira OGX entrou com pedido de recuperação judicial alegando dívida de mais de R$ 13,8 bi. Após quatro anos de processo, a empresa conseguiu arcar com todos os pagamentos previstos no plano de recuperação.

Mesmo com sucesso em renegociar as dívidas a OGX nunca se recuperou. Hoje com o nome de Dommo Energia (DMMO3), a empresa passa por processo de incorporação pela PetroRio (PRIO3) com cancelamento do registro de Companhia Aberta acontecendo em 16 de janeiro de 2023.

Itapemirim

Depois de um processo de recuperação judicial que foi de 2016 a 2022, a Itapemirim teve a falência decretada acumulando cerca de R$ 2,4 bi de dívidas, sendo R$ 2,2 bi em impostos. Sem bens suficientes para quitação das dívidas, a justiça determinou o arrendamento das contas e dos ativos da empresa para resolução do processo. Mesmo durante a RJ, a empresa chegou a lançar uma companhia aérea, a ITA (Itapemirim Transportes Aéreos), que funcionou por pouco mais de um ano.

Em setembro de 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a falência do Grupo Itapemirim, que atuava no transporte rodoviário e aéreo. O grupo estava em recuperação judicial desde 2016 e tinha dívidas estimadas em mais de R$ 2 bilhões. Credores tentam reverter a falência na Justiça. O grupo já foi considerado um dos maiores do país no ramo de viagens intermunicipais de ônibus. Em 2021, passou a oferecer transporte aéreo com a ITA (Itapemirim Transportes Aéreos), mas a operação durou apenas seis meses, deixando milhares de passageiros sem viajar..

Caso Rossi

A construtora Rossi entrou em recuperação judicial em setembro de 2022, após anos de fragilidade financeira. A empresa tinha uma dívida líquida de R$ 611,4 milhões e R$ 10,6 milhões em caixa no terceiro trimestre de 2022. A Rossi está no mercado desde 1980 e nasceu com foco na incorporação de imóveis residenciais de médio e alto padrão na região metropolitana de São Paulo. A empresa tem ações negociadas em Bolsa desde 1997. Desde meados de 2021, o papel caiu mais de 80% e hoje é negociado a cerca de R$ 2,5.

Ricardo Eletro

Dona da varejista Ricardo Eletro, a Máquina de Venda teve falência decretada duas vezes em 2022. E nas duas ocasiões conseguiu reverter a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. O caso agora será avaliado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em recuperação judicial desde 2020, a Ricardo Eletro atua somente com vendas na internet hoje em dia, sem contar com loja física.

Caso Revlon

Fabricante de cosméticos, a americana Revlon entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos em junho de 2022, o equivalente a um pedido de recuperação judicial no Brasil. A empresa disse que as interrupções na cadeia de suprimentos impactaram sua produção, assim como dificuldades na negociação com fornecedores e a escassez de mão de obra. Em 2021, a empresa teve prejuízo de cerca de US$ 200 milhões.

FTX

A plataforma de criptomoedas FTX anunciou em novembro que recorreu à proteção da lei de falências nos Estados Unidos, a fim de avaliar seus ativos.. O caso gerou uma crise no mercado de criptoativos. A companhia chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões em valor de mercado e tinha mais de 1 milhão de usuários registrados. Clientes relatam que não conseguiram resgatar seu dinheiro na plataforma, que funcionava como uma corretora por meio da qual os investidores compravam ativos virtuais. O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, renunciou ao cargo de CEO da empresa, foi preso nas Bahamas e extraditado para os Estados Unidos..

IGB Eletrônica (IGBR3)

Dona da Gradiente, a IGB entrou com o pedido de recuperação judicial em abril de 2018 com uma dívida somada de R$ 442 milhões entre 250 credores. A empresa já havia sofrido bastante com a alta competitividade do setor eletrônico na década seguindo o pedido de recuperação.

Recentemente, envolvida em disputa pelo uso de marca Iphone no Brasil, a empresa também teve diversas tentativas com o objetivo de alienar ações em leilões, com alguns não tendo performado como a companhia esperava.

Saraiva (SLED4)

A empresa teve seu pedido de processo de recuperação judicial aberto em 2018, declarando ter dívidas que somavam R$ 675 milhões. Com o processo só homologado em setembro de 2019, o processo foi difícil nos primeiros anos, com tentativas da companhia de adiantamento em seu plano mas com demora na aprovação por parte dos credores.

A última mudança no processo foi feita em março de 2022 que deu mais fôlego para o planejamento da companhia e mostrou agradar os credores, que aprovaram a mudança do planejamento com 70% dos votos.

Eternit (ETER3)

Com o pedido de recuperação judicial efetuado em 2018 a companhia tinha declarado uma dívida total de R$ 228 milhões. Com mais de 80 anos de operação a empresa se viu em uma situação difícil após a decisão do STF de proibir o uso do amianto no Brasil, que era a principal matéria prima na produção das telhas da companhia.

No final do ano de 2021, a companhia demonstrou um aumento de lucro de 192% comparado ao ano de 2020, totalizando R$ 251 milhões. A empresa, inclusive, realizou o pagamento de R$ 655 mil de dívidas apenas no quarto semestre de 2021.

Com prazo limite do processo para março de 2023, a companhia mostra recuperação constante e analistas da Planner se mostram otimistas.

Renova Energia (RNEW4)

Com dívidas somando mais de R$ 3 bilhões, a companhia teve seu pedido de recuperação judicial aprovado em dezembro de 2020. O processo já está sendo marcado por diversas vendas e novas estratégias para geração de receita, porém ainda está muito no início. Recentemente, a empresa anunciou a mudança de diretor-presidente da companhia.

Fonte: https://www.moneytimes.com.br/americanas-ame3-de-oi-oibr3-a-ricardo-electro-11-exemplos-de-empresas-que-passaram-por-recuperacao-judicial/

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