Assembleia ratifica recuperação judicial da Americanas (AMER3) e mantém Sicupira no conselho

Acionistas também aprovaram remuneração anual de R$ 40 milhões a diretores e conselheiros da varejista

Os acionistas da Americanas (AMER3) ratificaram neste sábado (29), na primeira assembleia após a divulgação de um rombo contábil de R$ 20 bilhões, a recuperação judicial da companhia, estimada em mais de R$ 40 bilhões.

Já a aprovação das contas do exercício 2022 foi adiada em função dos ajustes que estão sendo feitos no balanço da companhia após a empresa encontrar inconsistências nos números no início deste ano.

Além da ratificação da RJ, a assembleia aprovou a remuneração global dos administradores em 2023 até R$ 40 milhões, sendo R$ 35 milhões para sete diretores e R$ 5 milhões para 12 conselheiros de administração e fiscal. Do total, R$ 28,4 milhões serão em salários e pró-labore – R$ 25 milhões para diretoria e R$ 3,4 milhões para o conselho.

A remuneração da Americanas e da Light (LIGT3), empresas que estão em crise financeira, tem sido alvo de questionamento dos gestores, como mostrou o Stock Pickers desta semana (confira o vídeo no fim da reportagem).

A reunião contou com a presença de representantes dos ex-diretores da varejista Anna Christina Ramos Saicali e José Timotheo de Barros, que foram afastados da administração da Americanas após a crise contábil. Os executivos, por terem feito parte da diretoria, possuem ações da empresa. Os representantes de Saicali e Barros se abstiveram de todas as votações. O CEO da Americanas, Leonardo Coelho, e a CFO, Camille Faria, também estiveram presentes.

Por falta de quórum – apenas representantes de 42,4% do capital social da empresa participaram –, não houve votação para mudança do estatuto social e nem para a aprovação do aumento de capital da empresa, dentro plano de opção de compra de ações da companhia aprovado em agosto de 2011.

Sicupira permanece no board

Os acionistas também elegeram os membros do conselho de administração até 2024, mantendo indicados dos acionistas de referência da varejista Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles no board – o trio possui 30,12% das ações da empresa.

O próprio Sicupira foi reeleito ao conselho, juntamente com Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge), Sidney Breyer, Vanessa Claro Lopes, Claudio Barreto Garcia e Eduardo Saggioro Garcia.

Os fundos da gestora EWZ e Bonsucex, em conjunto com o acionista Silvio Tini, elegeram Pierre Moreau, advogado especializado em arbitragem e conselheiro do MASP, ao conselho de administração. Da proposta original da administração, ficou de fora o conselheiro Mauro Muratório Not.

Impasse no conselho fiscal

Na votação do conselho fiscal, houve impasse na eleição dos cinco membros. Os quatro nomes indicados pela administração, Carlos Alberto de Souza, Ricardo Scalzo, Vicente Castro Ferreira e Raphael Manhães Martins foram eleitos.

No entanto, EWZ, Bonsucex e Silvio Tini tentaram eleger o economista Luiz Nelson Porto de Araújo, conselheiro fiscal da Sabesp (SBSP3), ao colegiado. Porém, acabou derrotado por Elias de Matos Brito, que é conselheiro fiscal da TIM (TIMS3) e foi indicado por outros acionistas com apoio do trio de referência.

EWZ, Bonsucex e Tini questionaram o método de eleição e vão formalizar uma reclamação.

Fonte: InfoMoney

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