No documento ao qual o Monitor do Mercado teve acesso, a Amaro explica que suas dificuldades financeiras começaram já em 2021.
A rede de lojas de roupa Amaro entrou com um pedido de recuperação extrajudicial, após computar uma dívida de mais de R$ 244 milhões com bancos e fornecedores.
O pedido foi protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 22 de março. No documento, ao qual oMonitor do Mercado teve acesso, a Amaro explica que suas dificuldades financeiras começaram já em 2021, quando contratou um fundo de investimento (não citado) para aumento de capital.
Com isso, em maio e abril de 2022, o Itaú e o Santander lhe concederam duas linhas de crédito até que a operação fosse concluída, mas o fundo de investimento decidiu postergar a operação e a Amaro começou a atrasar pagametos a seus fornecedores.
Então, a empresa acumulou R$ 92,797 milhões em dívidas com fornecedores e mais R$ 151,772 milhões em dívidas com os bancos.
No documento, a Amaro também pede, além do aval da Justiça para começar sua recuperação extrajudicial, a suspensão de pagamentos de dívidas por 180 dias.
A empresa deve R$ 49 milhões ao Itaú; R$ 37 milhões ao Santander; R$ 18 bilhões ao BTG Pactual; R$ 12 milhões ao banco ABC Brasil; e R$ 1 milhão ao Safra.
Recuperação extrajudicial
Na recuperação extrajudicial, a empresa faz um acordo com seus credores, sem a necessidade de interferência da Justiça para a negociação de suas dívidas.
Este caso é diferente da recuperação judicial (como a que a Americanas está enfrentando) porque os credores já concordaram com o plano de reestruturação das dívidas da empresa e fizeram parte de sua elaboração.
Na recuperação judicial, normalmente, não há participação prévia dos credores e a Justiça que decide como esse processo irá ser levado, sem a necessidade de uma aprovação dos credores, podendo eles apenas contestar os processos.
A Amaro pode pedir outra recuperação em dois anos e a Justiça não poderá declarar falência caso não concorde com o plano de recuperação.
Fonte: Monitor do Mercado