Dados da Serasa Experian mostram que no primeiro bimestre pedidos de reestruturação e recuperação judicial das empresas cresceram cerca de 87%
O número de empresas que tem passado por reestruturação e recuperação judicial aumentou significamente nos últimos meses. Dados da Serasa Experian mostram que no primeiro bimestre as requisições das empresas cresceram cerca de 87%.
“Estamos vivendo uma conjuntura muita diversa explicada pela pandemia, em certo sentido, mas principalmente com a alta dos juros. Muitas companhias se viram assistidas durante a pandemia por programas emergenciais, esses valores foram contratados em um cenário e agora estão sendo pagos em outro, além disso, as linhas de crédito normais para o giro das companhias tiveram um agravamento muito grande no custo, há uma circunstância muito complexa agravada também pela questão da guerra, onde as commodities ficaram muito mais caras”, explica Artur Lopes, sócio da IWER Capital.
Quanto mais cedo a empresa reconhecer a não confirmação do fluxo de caixa que foi estimado, previsto e a necessidade de uma reestruturação financeira, mais fácil é o processo.
Cypriano Camargo, CEO da CCC Monitoramento, conta que há várias fases para a necessidade de recuperação. Em uma primeira fase, há possibilidade de negociação direta com os credores envolvidos, em uma segunda, a recuperação extrajudicial, e em última instância o mecanismo da recuperação judicial. “Todas têm uma coisa em comum, o objetivo de manutenção da atividade econômica e de geração de valores pela empresa, seja do lado dos acionistas em um primeiro estágio, seja do lado das estruturas legais que se tem desde 2005”, diz Cypriano.
Há mais de treze anos atuando no segmento de monitoramento financeiro, também conhecido como watchdog, Cypriano relata que o watchdog olha o interesse dos credores em si, seja em uma negociação direta com os credores entre devedor e credor, seja em uma estrutura extrajudicial muito mais célere, ou ainda em um processo de recuperação judicial onde uma vez fechado o acordo ele só entra no momento onde se tem o acordo formalizado do devedor e credor ou credores, para que o acordo seja cumprido.
Artur Lopes ressalta que a recuperação extrajudicial e a recuperação judicial são instrumentos para que a empresa que está passando por algum tipo de dificuldade possa reorganizar as suas atividades e ser bem vista.
“Há uma facilidade muito maior, há mecanismo para que o empresário possa reestruturar sua atividade, vivemos sob a égide de uma legislação moderna, lógico que com pontos cegos e algumas questões que mereciam até um aperfeiçoamento, mas com avanços inexoráveis até com relação a recuperação extrajudicial”, completa Artur.
Fonte: R7