Empresa entrou em colapso também por efeitos de estiagem que levou a perda de sacas
Com a comprovação de dívidas na ordem de R$ 132,5 milhões, o juízo da 4ª Vara Cível de Rondonópolis (225 km ao Sul de Cuiabá) autorizou o pedido de recuperação judicial do Grupo Diehl, que atua na produção de grãos nos municípios de Água Boa e Canarana, ambos localizados no interior de Mato Grosso.
Agora, a empresa tem dois anos para pagar suas dívidas sob pena de ter a falência decretada. Antes disso, o plano de recuperação judicial precisa ser aprovado pelos credores em uma assembleia geral.
A empresa também conseguiu na Justiça o direito de postergar, por 180 dias, a cobrança ou a alienação de bens ligados ao passivo extraconcursal, que é de R$ 21,5 milhões. O prazo poderá ser prorrogado por mais 180 dias.
De acordo com o pedido de recuperação judicial, as finanças do Grupo Diehl se desequilibraram principalmente após a greve dos caminhoneiros, que começou em maio de 2018. Os responsáveis pela empresa afirmam que a paralisação provocou uma forte alta nos preços dos insumos e atrasou as entregas, o que prejudicou o plantio das lavouras de soja da safra 2018/19.
Naquele mesmo ano, uma severa estiagem afetou uma área de 6 mil hectares da empresa, que causou um prejuízo líquido de 200 mil sacas. Esses problemas afetaram a capacidade da companhia de obter financiamentos, e ela precisou vender áreas e reduzir o plantio.
Em alta
Os números de pedidos de recuperações judicial e falência no país dispararam neste ano. Dados da Serasa Experian apontam que houve um aumento de 37,6% nos pedidos de recuperação em relação ao mesmo período de 2022. Já em relação às solicitações de falências, foi verificada uma alta de 44,1%.
Os fatores que puxaram esse crescimento foram o avanço da inadimplência, a manutenção dos juros em patamares elevados, inflação alta, crédito restrito e desaceleração da atividade.
Em março, a busca das empresas pela recuperação judicial aumentou 6,8%, e as falências cresceram 40,6%, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Fonte: Repórter MT