EUA aprovam recuperação judicial da Johnson

A recuperação judicial da Johnson & Johnson acaba de receber a aprovação do juiz Michael Kaplan, da Corte de Falências dos Estados Unidos.

Um acordo de US$ 8,9 bilhões deve dar fim às disputas judiciais envolvendo o talco da fabricante, que teria contaminado consumidoras da marca Johnson´s Baby Poder.

Segundo informações da agência Dow Jones, mulheres alegavam ter contraído câncer em função do uso do talco com amianto. É um dos maiores acordos relacionados a contaminações de produtos na história da justiça do país.

A Johnson & Johnson informou que a LTL Management, unidade de negócios responsável pela produção da marca Johnson’s Baby Powder, havia acionado a Justiça para evitar o processo de falência, em troca da aprovação dessa indenização com parcelamento em até 25 anos.

Ainda segundo a companhia, 60 mil mulheres sinalizaram apoio à proposta. Mas mesmo apresentando o plano de indenização, a empresa continua a negar qualquer irregularidade. E apesar de ter suspendido a produção, segue argumentando que os talcos são seguros.

“A empresa continua acreditando que essas alegações são enganosas e carecem de mérito científico”, destacou Erik Haas, vice-presidente mundial de litígios da J&J. “Resolver esse assunto por meio do plano de reorganização proposto é mais equitativo e mais eficiente, permite que os reclamantes sejam compensados em tempo hábil e que a empresa permaneça focada em nosso compromisso de impactar profunda e positivamente a saúde da humanidade”, complementou.

Recuperação judicial da Johnson: conheça a origem

A recuperação judicial da Johnson & Johnson é resultante de uma história que começa em 2018. Na época, um júri do Missouri condenou a J&J a pagar quase US$ 4,7 bilhões em danos a um grupo de quase duas dúzias de mulheres que alegaram estar com câncer em função do uso do talco com amianto.

A companhia recorreu da decisão e conseguiu uma revisão na sentença, mas ainda desembolsar mais de US$ 2 bilhões no caso e outros US$ 1,5 em outros processos.

Os consumidores alegam que o talco contém partículas de amianto que causaram câncer e que a empresa mente sobre a segurança da fórmula no rótulo. A farmacêutica parou de vender seu talco nos Estados Unidos e no Canadá e está retirando o produto das prateleiras do mundo todo, gradualmente, ainda neste ano.

Ainda em 2018, uma reportagem da Reuters revelou que, pelo menos de 1971 até o começo dos anos 2000, segundo alguns testes, o talco continha tinha pequenas quantidades de amianto e que os executivos da companhia, gerentes de minas, cientistas, médicos e advogados estavam a par do problema, mas falharam ao não revelá-lo às autoridades regulatórias e à sociedade na época.

A empresa já enfrentou custos de US$ 3,5 bilhões em veredictos e acordos, incluindo um em que 22 mulheres receberam uma sentença de mais de US$ 2 bilhões, de acordo com os registros do tribunal de falências.

Fonte: Panorama Farmacêutico

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