Gatos, queda no consumo de energia e juros altos, as razões da crise da Light

O pedido de recuperação judicial da Light é o ápice de anos de dificuldades que o grupo vem enfrentando. A distribuidora, que responder por mais de 90% da receita do grupo, historicamente é afetada pelos gatos, como são chamados os furtos de energia. Mas também teve perda de receita com a queda no consumo desde a pandemia. Situação que foi agravada pelos juros altos.

O pedido de recuperação social foi feito pela holding, Light S.A. Esta holding controla a Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light Sesa), que é a distribuidora de energia do grupo; a Light Energia, de geração; a LightCom, a comercializadora de enegia; a Light Conecta, de serviços, além do Instituto Light.

Estão ainda sob o chapéu do Grupo Light a Amazônia Energia Participações (criada para integrar o a construção da usina de Belo Monte, no Rio Madeira) e a empresa de serviços de TI Axxiom Soluções.

A distribuidora atende 31 municípios no Estado do Rio e tem 11 milhões de consumidores. Em nota, Agência Nacional de Energia Elétrica afirmou que a recuperação judicial não se aplica a concessionárias de energia.

Perdas por furto de energia e inadimplência

No ano passado, a empresa teve prejuízo de R$ 5,67 bilhões. De acordo com a empresa, o consumo faturado de energia, ou seja, aquele pelo qual as pessoas e empresas pagam não retomou o patamar pré-pandemia.

Além do caixa operacional insuficiente para que a companhia possa fazer frente a seus compromissos sozinha, pesam na conta níveis elevados de perdas por furto de energia e inadimplência, além da dificuldade de atuar em áreas de alto risco no Rio de Janeiro.

As perdas não técnicas, aquelas que são resultado de furto de energia, ficaram em 50% no mercado de residências e pequeno comércio em 2022. É um dos fatores que minam o resultado da empresa.

No primeiro trimestre deste ano, a Light teve um pequeno lucro, de R$ 107,1 milhões. Mas a dívida continua aumentando. Fechou em R$ 9,3 bilhões em março, ante R$ 9,03 bilhões no fim de 2022. Os juros altos – a Selic está em 13,75% – contribuíram para essa escalada do endividamento, agravando a situação da empresa.

A dívida total do grupo é de cerca de R$ 11 bilhões.

Fonte: O Globo

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