JEC apresenta proposta para recuperação judicial: ‘O clube quer pagar e esse plano é factível’

Diretoria apresentou, na manhã desta quinta-feira (2), proposta apresentada a credores que deve ser levada para assembleia na próxima segunda-feira (6)

O JEC vive um momento de decisões importantes dentro e fora de campo. Enquanto o time se prepara para o clássico contra o Avaí no domingo (5), na Arena Joinville, a diretoria trabalha nos bastidores para tentar garantir a aprovação do plano de recuperação judicial do clube. A assembleia definitiva acontece na segunda-feira (6), menos de 24 horas após o jogo que pode definir os rumos do Tricolor no Campeonato Catarinense.

Com uma dívida de mais de R$ 21 milhões sendo negociada na Justiça desde o pedido de recuperação judicial, feito no ano passado, o JEC precisa da aprovação da maioria dos credores para começar o pagamento e evitar que o clube seja o primeiro a decretar falência no país. No entanto, a missão é difícil e para isso, após suspensão da última assembleia, uma nova proposta foi desenhada e aprovada pelo Conselho Deliberativo para que possa ser apreciada e aprovada pelos credores que, em sua maioria, possuem créditos trabalhistas a receber do clube.

O novo plano foi apresentado na manhã desta quinta-feira (2), pelo presidente Darthanhan Oliveira, pelo CEO Geraldo Campestrini e pelo diretor jurídico Thiago Beltrame. “O que nós pedimos é que se entenda a realidade do clube. O nosso plano parte de algo que mostre de maneira honesta que o JEC quer pagar. O que estava na mesa nas últimas semanas era totalmente impensável na realidade do clube. Isso é o que levaremos na segunda e esperamos o bom senso dos credores de entender a boa vontade do clube em sua realidade para que o JEC não seja o primeiro clube a falir. O JEC quer pagar e esse plano é factível”, ressaltou o presidente.

Uma das propostas apresentadas pelos credores era de quitação dos R$ 13 milhões referentes às ações trabalhistas, que possuem prioridade de pagamento, em 36 parcelas e mais de R$ 380 mil, o que corresponde a um valor superior ao atual faturamento do Tricolor. Assim, a diretoria montou um novo plano que “estica” o pagamento, mantém o deságio proporcional de acordo com o valor que cada credor tem a receber respeitando as peculiaridades de cada dívida e propõe, ainda, mecanismos de aceleração de quitação.

“Eu tenho certeza que quase a totalidade de quem tem para receber do clube não quer a falência do JEC”, falou Darthanhan.

A proposta que já foi apresentada a credores e que ainda está sendo refinada em reuniões que continuam acontecendo antes da assembleia de segunda-feira, prevê uma parcela inicial de R$ 30 mil por mês, que corresponderia a atual capacidade de pagamento do clube, com aumento de 20% ao ano corrigido de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) com limite de 120 meses para pagamento.

Ou seja, as parcelas aumentariam e seriam corrigidas ano a ano com um limite de 10 anos para a quitação da dívida. Nesta proposta, o clube efetuaria o pagamento de R$ 210 mil neste ano, chegando a uma projeção de mais de R$ 2,4 milhões em 2032.

No entanto, além disso, o clube propõe medidas de aceleração do pagamento das dívidas e se compromete a destinar 30% dos valores adquiridos pelo clube por meio de venda ou empréstimo de atletas; 30% dos valores de premiações em competições e 30% dos valores repassados ao time por meio de direitos de transmissões. Nesta ação, os valores seriam destinados ao pagamento das últimas parcelas e sem carência.

Ou seja, caso a aprovação aconteça na assembleia, no dia seguinte após a decisão, toda e qualquer receita que entre para o clube por meio dessas ações, terão 30% do valor revertido ao abatimento da dívida.

“Essa proposta está de acordo com aquilo que o clube está em condições de pagar. Há um escalonamento que está sendo negociado com relação a forma de pagamento e deságio. Além disso, a nossa perspectiva de antecipação para abatimento da dívida tem como base o histórico dos últimos cinco anos de receitas variáveis”, explica o diretor jurídico.

Ele ressaltou, ainda, que as propostas iniciais previam deságio maior com parcelas maiores e encurtamento do pagamento. “O deságio é muito menor porque trabalhamos com o alongamento do pagamento”, reforçou Campestrini.

De acordo com a diretoria, o grupo de credores trabalhistas sinalizou positivamente às propostas, mas possuem ponderações que estão sendo ouvidas e ajustadas e, por isso, ainda há reuniões nos próximos dias para que a proposta apresentada na assembleia beneficie os credores e seja possível de pagamento para o clube.

“Mostramos com transparência o que podemos pagar. Com essa maneira transparente passamos um gesto importante de que há possibilidade de quitar os passivos e zerar esse histórico de endividamento. Isso aqui é um compromisso da instituição”, finalizou.

A assembleia definitiva acontece na segunda-feira (6), às 14h.

Fonte: ND+

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