Empresa reportou recentemente prejuízo de R$ 5,5 bilhões, teve ratings rebaixados e antecipou resgate de títulos
A companhia de energia Light (LGT3) entrou com uma medida cautelar na Justiça para suspender temporariamente o pagamento de “certas obrigações financeiras”, comunicou a empresa em fato relevante nesta terça-feira (11). “A medida cautelar é a medida mais adequada, neste momento, para permitir e viabilizar a readequação e/ou equalização das obrigações abrangidas”, afirma a companhia, no comunicado.
Ao final de março, a Fitch Ratings, agência que avalia o risco de calote de empresas, rebaixou a avaliação da Light. Em escala nacional, o rating foi rebaixado de AA- para CCC e na escala internacional, de BB- para CCC+. A companhia também sofreu revisões por parte da Moody’s, de de Ba3 para B3. O rebaixamento das notas significa que, para as agências, o risco de calote aumentou.
Não foi aberto ao mercado quais dívidas teriam sido mencionadas na medida cautelar que foi protocolada em segredo de Justiça e com caráter de urgência. A Light também pediu procedimentos de mediação coletiva com as partes envolvidas.
A Light é responsável pelo atendimento elétrico de toda a região metropolitana do Rio de Janeiro e tem como um dos principais acionistas da empresa Carlos Alberto Sicupira, sócio da 3G Capital e um dos homens mais ricos do Brasil. O outro acionista majoritário da empresa é Ronaldo Cezar Coelho, político do Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB-RJ), que detém 20% da companhia.
Histórico recente da Light
O desempenho recente da Light em termos de governança e das ações da companhia em bolsa vem decepcionando seus acionistas. Após rumores de uma possível recuperação judicial da empresa, os papéis da empresa passaram a cair de preço. Em 2023, a queda é de 53,69%.
Além disso, a Light antecipou o resgate de debêntures no valor de R$ 175,46 milhões, feito logo após a empresa reportar prejuízo de R$ 5,5 bilhões no quarto trimestre de 2022.
Fonte: E-Investidor