Segundo Gabriel Barbosa, gestor de carteiras administradas de FIIs, caso não deve repetir a dimensão dos reflexos da recuperação judicial de Americanas (AMER3) e fundos de shopping centers podem ter aumento de vacância, mas pulverização protege o segmento
Em fevereiro, na esteira da recuperação judicial anunciada por Americanas (AMER3), a Marisa (AMAR3) comunicou ao mercado um processo de reestruturação de suas dívidas.
A notícia suscitou dúvidas sobre possíveis impactos em seus credores, entre eles Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) que alugam imóveis para a varejista.
Em seguida, a administradora do FII BVAR11, que possui lojas da Marisa em seu portfólio, anunciou que não havia recebido o pagamento desses aluguéis em janeiro.
Por fim, o novo CEO da companhia, João Pinheiro Nogueira Batista, antecipou o provável fechamento de uma relevante parte das suas 344 lojas, possibilidade que ganhou força nos últimos dias, segundo reportagens de diferentes veículos da imprensa.
Desde os primeiros sinais da crise, a ação da Marisa na B3 (AMAR3) perdeu mais de 50% de seu valor, e caiu de R$ 1,40, em 2 de fevereiro, para R$ 0,66, em 27 de março.
Mas, afinal, qual seria o impacto de um enxugamento da cadeia de lojas da varejista no mercado de fundos imobiliários? Segundo Gabriel Barbosa, membro do comitê gestor do Trix, plataforma de investimento em FIIs, Marisa não ameaça os investidores.
“Um possível fechamento de lojas da Marisa, ou mesmo a renegociação dos contratos de aluguel, não influencia diretamente muitos fundos imobiliários. O BVAR11, que já comunicou a inadimplência da Marisa, seria o principal afetado, mas possui apenas 69 cotistas”, explica Barbosa.
“Já o KNRI11 tem apenas um galpão locado para eles. Para os FIIs que investem em shoppings, a reestruturação da Marisa pode significar um aumento na vacância, mas como esses fundos são muito pulverizados, e isso não deve representar um grande impacto nas receitas”, conclui.
Fonte: Space Money