O Rio Branco Esporte Clube, um dos clubes de futebol mais tradicionais do interior paulista, teve aceito na Justiça o deferimento do pedido de recuperação judicial. O comunicado foi feito pelo escritório JRCLaw.
De acordo com a JRCLaw, com essa decisão o clube poderá reestruturar suas dívidas e buscar o equilíbrio financeiro e esportivo, preservando sua história e sua função social.
“O Rio Branco Esporte Clube é um dos pioneiros na utilização desse mecanismo legal no futebol brasileiro, seguindo os passos de outros clubes que também optaram por essa alternativa diante da crise financeira que assola o setor”, afirmou o escritório.
Entenda
O Rio Branco de Americana é mais um clube brasileiro a usar os benefícios da lei de recuperação judicial para se reestruturar. Há algum tempo, a criação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) foi aprovada por unanimidade pelo conselho do clube, por isso solicitou os benefícios da Lei 11.101/2005 de recuperação de empresas à Justiça. Com a orientação da equipe de advogados da JRCLaw, o clube deve reestruturar suas dívidas e negociar com os credores de forma transparente além de e se tornar uma SAF, juntando-se assim ao salão de clubes-empresas nacionais.
O Rio Branco Esporte Clube, tradicional time paulista, também conhecido como “Tigrão”, foi criado em 1913. Ao longo de sua história, a equipe teve momentos memoráveis, como o sexto lugar no Paulistão de 2001 e o terceiro lugar no campeonato de 2002. Após altos e baixos, o time se mantém na elite do futebol paulista há anos. Localizado na cidade de Americana (SP) o clube começa uma nova etapa de reestruturação empresarial, que deve gerar ainda mais empregos, projetos sociais, renda, impostos para a sociedade e alegria para os torcedores.
Além do Rio Branco de Americana, o escritório especializado nessa área e liderado pelo advogado Jean Cioffi, atua em reestruturação de empresas têm como visão abrangente e visitou empresas e eventos da NBA e Futebol Americano para conhecer e inspirar alternativas de vanguarda no business do futebol brasileiro dentro da realidade nacional.
O Futebol brasileiro tem tudo para ser um negócio transparente, próspero e lucrativo sem esquecer do social. É isso que vimos em todas as visitas que fizemos nas Franquias esportivas americanas como são chamadas. O escritório compartilhou o desenho do projeto inicial com Douglas Duek da Quist Investimentos que se interessou em apoiar e atuar em conjunto na parte econômico-financeira da reestruturação.
Duek afirma que o projeto é desafiador e demonstra a necessidade de reestruturarmos o Tigrão que tem forte ligação com a cidade de Americana e com os fundadores. Recuperar o negócio do futebol é muito mais que a própria empresa, tem todo um contexto empresarial, esportivo e social e é nisso que estamos atuando” diz Douglas Duek CEO da Quist.
Ambos conversam com possíveis investidores interessados nas oportunidades oferecidas pela adesão a SAF, projetos imobiliários, de tecnologia e ESG, incluindo fundos de investimento nacionais e estrangeiros.
Cioffi e Duekconcordam que o futebol tem muito potencial, mas é preciso ter os pés no chão e trabalhar duro para em primeiro lugar retomar a credibilidade e confiança nesse setor que não tem tanto prestígio por parte dos fundos de investimento, pois não há garantias de ambiente seguro e de desenvolvimento de projetos de médio e longo prazo e por essa razão afirmam que “é uma reestruturação que estamos atuando com muito ímpeto, há muitas oportunidades”.
“A transformação em SAF é um caminho irreversível para todos os clubes brasileiros, pois por meio dela, você pode emitir títulos como debêntures, e isso atrai novos investidores de empresas que têm o futebol como núcleo de negócios. É um caminho de prosperidade para os clubes”, explica Cioffi.
No caso do Tigrão, com a recente decisão da justiça Paulista em deferir a recuperação judicial do Rio Branco de Americana, a empresa cujo negócio é o futebol terá agora a oportunidade de dar os primeiros passos rumo à sua reestruturação financeira. Esses primeiros passos serão cruciais para garantir a viabilidade da empresa a longo prazo, incluindo a negociação com credores e fornecedores, a definição de um plano de pagamento de dívidas e a reorganização de suas atividades operacionais. Além disso, a empresa também deverá trabalhar na melhoria da sua gestão e implementar governança na busca por novas oportunidades de negócios para gerar e aumentar sua receita. Com essas medidas, espera-se que o Rio Branco de Americana possa superar suas dificuldades financeiras e voltar a crescer de forma sustentável.
“Em geral, os clubes brasileiros têm dívidas, que repelem os investidores porque não têm garantia de que o dinheiro novo investido não será dragado por problemas do passado. Então, quando um clube se transforma em SAF e utiliza a recuperação judicial, como no caso do Rio Branco, dá ao mercado um recado claro de que de forma transparente e séria ele está pronto para receber investimentos, pois se torna uma organização jurídica competente com governança, transparência e protege a figura do investidor, se moderniza assegurando um ambiente para receber investimentos que transformam estádios em arenas multiuso, por exemplo”, explica Cioffi.
Outras ideias de investimento desde a transição para uma empresa são a exposição da marca do clube em competições de eSports, trazendo jovens gamers apaixonados para renovar a torcida e gerar novas receitas, e o potencial social que o treinamento de base das equipes proporciona, podendo atrair empresas que estão interessadas no mercado de tecnologia e projetos sociais nas categorias de Base.
Cioffi explica que a Lei da Sociedade Anônima de Futebol prevê e incentiva os projetos sociais que em sua visão são indispensáveis ao projeto, pois mesmo que os meninos e meninas da base não se tornem jogares profissionais, se tornarão, certamente, melhores cidadãos através do esporte.
Fonte: Jornal Americanense