O resultado fechado de 2022 ainda não foi divulgado pela cooperativa, havendo inclusive uma ação de cooperados na Justiça para que esses dados sejam submetidos à assembleia. A preocupação é que os prejuízos tenham se agravado no segundo semestre do ano passado.
Em nota, a Unimed-Rio diz estar “revisando seu modelo de negócio com foco em uma gestão sustentável”. E esclarece que o projeto conjunto da Unimed Federação Rio e da Unimed-Rio para a transferência de parte da carteira faz parte dessa operação. A cooperativa carioca vai “apresentar ao órgão regulador um plano de ação detalhado, esclarecendo como será feita essa migração”.
Na última semana, a Unimed-Rio vendeu, por R$ 350 milhões, ao Grupo Oncoclínicas a participação que tinha no Centro de Excelência Oncológica S.A. (Ceon), na Barra da Tijuca, e no Hospital Marcos Moraes (HMM), no Méier, ambos especializados no tratamento de câncer. Segundo a cooperativa esse movimento também faz parte do processo de reestruturação.
Procuradas a ANS e a Unimed Federação Rio ainda não responderam a reportagem.
Entenda a situação da Unimed
Com cerca de cinco mil médicos cooperados, a Unimed-Rio vive uma situação complicada há anos. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em 2016, para ajudar a empresa a atravessar a crise, alongou prazos de pagamento e garantiu a manutenção de atendimento pela rede prestadora de serviços da empresa, de forma que os consumidores não fossem prejudicados pela crise financeira da cooperativa.
Por dois ciclos seguidos, a empresa está no topo das reclamações devido a problemas de assistência registradas na ANS.
Segundo a agência reguladora, a Unimed-Rio tem 180 planos ativos e 105 suspensos por determinação da agência devido a reclamações de consumidores sobre a assistência.