Operação de venda de CT do Cruzeiro a Ronaldo por dívidas foi de R$ 209 milhões.
O balanço do Cruzeiro-associação registra operação de venda dos CTs Toca 1 e 2 para Ronaldo, comprador da SAF celeste, na casa de R$ 200 milhões. É o valor aproximado da dívida tributária do clube que terá de ser pago pela empresa. Com isso, houve uma redução do débito líquido do clube.
O Cruzeiro-associação teve uma diminuição de sua dívida líquida no total de R$ 242 milhões em 2021. O montante total caiu para R$ 812 milhões, enquanto superava R$ 1 bilhão ao final de 2022.
A operação da SAF explica variação. Na conclusão do acordo, ficou acertado que o Cruzeiro empresa assumiria a dívida federal. No balanço, o débito está registrado em R$ 211 milhões. Mas o clube coloca como contas a receber R$ 209 milhões referentes ao CT, o que deve ser explicado porque já houve parcelas pagas.
“O Preço dos Imóveis está constituído como o valor total das Parcelas PERSE, deduzido dos descontos concedidos pela PGFN. Em virtude do acordado, a partir da data de assinatura desta Promessa, todas as Parcelas PERSE serão pagas pelo Cruzeiro-SAF, por conta e ordem do Cruzeiro-Associação, o que abaterá o saldo ‘a receber’ pela transação dos imóveis”, diz a nota explicativa do Cruzeiro.
Não é a única obrigação do Cruzeiro-SAF de Ronaldo. O clube ainda terá de pagar as parcelas da Recuperação Judicial do clube, isto é, das dívidas cíveis e trabalhistas. É o que está previsto na Lei das SAF.
No balanço, este montante está registrado como R$ 500 milhões incluídos na RJ. Mas, no processo, a previsão é de que a empresa de Ronaldo pague R$ 682 milhões em dívidas durante 18 anos. Isso obviamente tem relação com os juros sob os débitos.
O balanço do Cruzeiro não permite avaliar como foi o primeiro ano de administração da SAF. As contas do futebol não estão incluídas, já que passaram a ser feitas pela SAF. A empresa de Ronaldo ainda não publicou nenhuma demonstração financeira.
Em outras SAFs de clubes grandes, o Vasco, cujo sócio é 777 Partners, publicou um balanço detalhado mostrando o prejuízo da operação. Já o Botafogo SAF, de John Textor, divulgou um documento só com números básicos e nenhuma informação adicional.
Fonte: UOL Esporte